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@OrniTwizy

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Jonata Rocha Fett
mar. 31 - 11 min de leitura
010

Pré-aceleração, Dificuldades e a Final


A APRESENTAÇÃO

Em uma competição onde a equipe deve passar por varias etapas espera-se que ao passar da primeira etapa, a equipe já tenha se conhecido, trabalhado juntos para desenvolver seu projeto, ao passar a primeira fase já deve existir um certo entrosamento entre os membro da equipe em função da convivência durante a faze inicial do trabalho. Na ORNI, isso não funcionou exatamente assim, com a inscrição no ultimo dia, e sem tempo, pulamos as apresentações e já partimos para a criação. Após finalizarmos a inscrição decidimos nos conhecer oficialmente para ao menos ter um rosto para os nomes no grupo, e assim, a primeira vez em que todos estiveram juntos na  mesma sala foi alguns minutos antes da aula, já sabendo que havíamos nos classificado para a pré-aceleração, seguindo a ordem inversa de como normalmente acontece, primeiro criamos um projeto, depois nos conhecemos.

A PRÉ-ACELERAÇÃO

Esta etapa do desafio foi a mais trabalhosa, estávamos todos envolvidos com o maior número possível de disciplinas na graduação além de outros projetos em paralelo, afinal de contas, ninguém imaginava que seriamos classificados em um projeto criado tão encima da hora. Com entregas semanais e mentorias aos sábados, o trabalho em equipe foi fundamental para esta parte do desafio dar certo, muitas vezes tivemos que nos revezar para concluir as entregas que deveriam ser feitas todas as segundas feiras à noite, e para dificultar ainda mais, o único dia em que todos conseguiriam se reunir para trabalhar no projeto, era justamente na segunda, e no período do vespertino, não tínhamos a noite toda. Este foi o primeiro obstáculo que surgiu, mas não foi o único, e com a oportunidade de fazer o projeto funcionar, tivemos um empenho muito grande de todos nesta etapa.

MULTIDISCIPLINARIDADE

A ORNI é uma equipe com característica marcantes, dentre elas, a multidisciplinaridade dos membros da equipe, esta característica partiu da universidade FEEVALE ao decidir indicar alunos de diferentes áreas de atuação para compor a equipe, e foram estas características de trabalho que mais contribuíram para o desenvolvimento do OrniTwizy, foram cinco áreas diferentes trabalhando em paralelo  durante as dez semanas da pré-aceleração, em um fluxo constante, todos sabiam o que poderiam fazer e em nenhum momento foi preciso delegar tarefas, conforme as demandas chegavam, eram realizadas pelo membro que era mais indicado para a tarefa. De maneira incomum em “trabalhos em grupos das aulas” esta característica nos fez pensar sobre a forma como “nos sabotamos” em trabalhamos na universidade, normalmente formamos grupos por afinidade, com nossos amigos, mas no fim, acaba por um fazer todo o trabalho enquanto os outros pouco ajudam e pode até mesmo acabar em brigas e discussões entre os amigos, mas com uma formação por habilidades, todos trabalham juntos, mesmo sem se conhecer, mesmo sem ser amigos antes do trabalho. Como resultado, temos um trabalho realizado com excelência, e como costumamos falar na ORNI, foi o primeiro trabalho em grupo que não perdemos amigos, mas ganhamos.

RESILIÊNCIA

A princípio, toda informação que tivemos a respeito do desafio, é que deveríamos fazer um carro. Não tivemos tempo suficiente para entender o regulamento, sequer tivemos tempo para ler o regulamento na integra, portanto entramos na pré-aceleração acreditando que deveríamos projetar um veículo baseado no Twizy com as características que propomos para o OrniTwizy. Antes de recebermos as primeiras demandas, já havíamos começado o projeto para compensar o tempo perdido, mas logo na primeira semana de pré-aceleração já ficou claro que o veículo já existia e que deveríamos fazer um OrniTwizy a partir de um Twizy. Nosso projeto inicial era bastante simples, criar um chassi onde a porta abria pela frente para então o cadeirante entrar com a cadeira de rodas e conduzir o veiculo utilizando a cadeira de rodas como o próprio banco. O que não se aplicava ao Twizy, pois já tinha um chassi pronto. Este foi só o primeiro projeto que desistimos para começar outro do início. Conforme passavam as semanas, descobríamos coisas novas que inviabilizavam o projeto, e novamente tínhamos que abandonar tudo e recomeçar. Foram diversos “Projetos” iniciados antes de conseguirmos por fim criar a versão final do OrniTwizy.

CRIATIVIDADE

A grande dificuldade foi conseguir ter uma noção do que era o Twizy, não tínhamos nenhuma unidade no Rio Grande do Sul, e o modelo 3D que foi fornecido pela Renault era praticamente impossível de abrir, mesmo com as novíssimas Workstations da FEEVALE, o modelo era tão pesado que o computador travava antes de abrir. Mas o fator tamanho era crucial para o desenvolvimento do projeto, estávamos diante de mais um obstáculo a ser superado, e a solução foi usar a criatividade, certo dia, aparece o NICKOLAS com um poster desenhado a mão, e em tamanho real para colar na parede, e com uma cadeira para simular o acento, já era possível tirar as medidas e até mesmo simular a posição do motorista com a cadeira de rodas posicionada. Foi uma solução bastante útil, e simples de superar mais uma adversidade.

O PROJETO FINAL

Por volta da sexta semana, após muito tempo desmembrando peças do modelo 3D e o tornando mais simples e leve, finalmente conseguimos manipular o modelo no computador mas até este momento isto não foi um problema tão grave, durante as mentorias fomos informados que o projeto 3D não seria cobrado nesta etapa, então teoricamente estávamos adiantando o serviço,  mas como nem tudo funciona como o previsto, foi justamente nesta semana que uma nova pessoa foi adicionada ao grupo, o Wendell, chefe de design da Renault. E já entrou tumultuando, e exigindo o 3d do nosso projeto pronto, pois queria avaliar a viabilidade, não tínhamos nada em 3D, somente desenhos técnicos e cálculos, e também até aquele momento, não havíamos conseguido trabalhar no modelo 3D do Twizy. Este foi o momento de maior desespero nesta etapa do desafio, ao mesmo tempo que com o modelo 3D do Twizy percebemos que nosso projeto era muito complexo e inviável, deveríamos entregar o projeto para ser avaliado quanto a viabilidade. Mais uma vez descartamos tudo o que tínhamos e recomeçamos do zero. Nesta semana conseguimos reinventar o OrniTwizy, desta vez, com um projeto muito simples e barato, mas sem prejuízo a proposta inicial, de atender a cadeirantes, facilitando seu acesso ao veículo. Conseguimos também, com este novo projeto, tornar o Twizy um veiculo de acesso universal, para qualquer pessoa conduzir, o que reforçou ainda mais a ideia de um veículo inclusivo e sem discriminação, já tanto andantes quanto cadeirantes podem o utilizar.

VIDEO PITCH  

Durante dez semanas a equipe passou por muitos sufocos e tivemos que superas muitos obstáculos, algumas vezes pensamos até mesmo em desistir, mas gravar o pitch, foi sem duvida a parte mais divertida, Embora tenha parecido ser fácil falar sobre o OrniTwizy, na verdade foi um atarefa um pouco mais complicada, depois de incontáveis tentativas, muitas risadas e os mais absurdos e engraçados erros, finalmente conseguimos produzir um pitch para entregar e  também com tantos erros, um vídeo de making of.  

Dentre as dez equipes do Desafio Twizy que estavam na pré-aceleração, quatro foram classificadas através deste pitch para a final, e deveriam na decima primeira semana, fazer um novo vídeo pitch para a final, neste, decidimos mudar a abordagem, convidamos a ALANA, que foi a cadeirante que nos ajudou com o OrniTwizy, para gravar imagens da rotina de um cadeirante e montamos juntamente com imagens nossas do projeto para montar um pitch final mais impactante.

A FINAL DO RX

Como já falei anteriormente de algumas características da ORNI, vou contar mais uma, nós somos CHATOS, muito chatos, no dia da final, passamos a tarde procurando um local bom para fazer a vídeo chamada com a Renault, nenhum lugar era bom o bastante, e olha que a universidade Feevale tem muitos lugares bons, mas como somos chatos, nenhum nos agradou. No final, o melhor lugar foi uma sala da Reitoria, que por acaso estava reservada para outro evento naquele horário, mas depois de passar por tantos obstáculos, não seria este o que nos iria parar, fizemos remarcarem o evento da reitoria, e usamos a sala e como era um mini auditório, tivemos que mudar tudo, e com muitas gambiarras, montamos uma sala para a call da final do Renault Experience.

Quando começou, o clima em Curitiba estava bastante instável, e a conexão não estava boa, estávamos preparados para apresentar o pitch via vídeo conferencia, mas devido as condições climáticas, ficou decidido que seria apresentado apenas o vídeo e na sequência teríamos um tempo para responder perguntas. Vimos todas as apresentações e assistimos a todas as seções de perguntas, quanto mais nós assistíamos, mais nervosos nós ficávamos.

A nossa apresentação aconteceu perfeitamente, estávamos preparados para todas as perguntas, e conhecíamos absolutamente tudo sobre o projeto que estávamos propondo, então foi muito mais fácil apresentar do que assistir as outras apresentações

Ao final das apresentações foi preciso algum tempo para contabilizar as avaliações, pois foram três equipes competido em negócios sociais, três em soluções de mobilidade e quatro no desafio Twizy, e para aumentar ainda mais a ansiedade, os vencedores das categorias Soluções em mobilidade e Negócios Sociais foram revelados primeiro, ficando o desafio Twizy por último, até que anunciaram: “E O VENCEDOR DO DESAFIO TWIZY É”, seguido de uma pausa dramática onde meu coração parou de bater por causa da apreensão, e finalmente anunciaram “ORNITWIZYYY!!!!”. A gritaria que veio na sequência, é impossível de descrever, mas a sensação foi inesquecível, passou pela minha cabeça a história de como tudo começou, de criar um projeto de uma forma tão inusitada com pessoas que não se conheciam. Com todas as dificuldades que enfrentamos durante estas onze semanas e ainda assim chegamos à final e vencemos. Me lembrei de todas as vezes que pensei em desistir, mas optei por jogar o projeto fora e recomeçar do zero. E neste momento, percebi o quanto valeu a pena, não por ir para Curitiba nem por poder ir para a França, mas pela sensação de ter superado todos os obstáculos, ter chegado na final e vencido.

E é claro que a construir o OrniTwizy em Curitiba e a final mundial em Paris também contou muito, mas isto é história para o próximo post.


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